quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

Desmatamento do meio ambiente


Uma das cenas mais impactantes para qualquer pessoa sensível e preocupada com as questões da sobrevivência do planeta é ver a imagem e ouvir o barulho da motoserra cortando árvores, seja na floresta ou em qualquer outro lugar. Citei a floresta porque, quando a árvore cai, ela derruba outras árvores, deixa de ser casa de muitas aves e insetos, desequilibra nosso clima, enfim, muda nossa biodiversidade.

Em todo Brasil, há dezenas de anos acontece o desmatamento que destrói nossa floresta Amazônica e não temos visto esse crime ser resolvido.

O problema do desmatamento faz parte de uma série de problemas, que vai além da derrubada da floresta, e envolve uma rede composta de: sonegação de impostos, desinformação das pessoas - que compram madeira sem saber o lugar da retirada, o tráfico de animais e formação de quadrilha, além da venda de documentos falsos sobre a procedência da madeira.

No Brasil, o Estado que mais consome madeira, é São Paulo e o Estado que faz mais desmatamento é o Mato Grosso.

Mas a pergunta é: De quem é a responsabilidade de controlar o desmatamento das nossas florestas?A resposta é o IBAMA – órgão responsável para fazer o monitoramento e o controle da madeira.

Mas será que a atividade é bem controlada?

Há pouco tempo atrás, assistimos uma denúncia na TV, dizendo que o IBAMA não tem controle da madeira que sai da floresta. A denúncia veio da Organização Não Governamental Greenpeace.

O Greenpeace pegou um grupo de ativistas, que com uma câmera escondida, filmaram a compra de um caminhão cheio de madeira em Rondônia e trouxeram para a cidade de São Paulo. O objetivo do grupo era mostrar a qualidade da fiscalização que temos.

Eles fizeram a compra em Rondônia, receberam documentos que “legalizavam” a madeira. Saíram de lá com o caminhão cheio de madeira, da espécie faveira-ferro, rumo a São Paulo, uma longa viagem de 3 mil quilômetros de rodovias federais e estaduais. No trajeto até São Paulo, não tiveram problemas nos postos de fiscalização do IBAMA.

Essa madeira foi colocada em um galpão e entregue a Polícia Federal. Essa estória foi exibida com muitos detalhes, numa grande emissora de televisão. Vale lembrar que, após a denúncia, o IBAMA informou novos modelos de controle e fiscalização.

Mas o desmatamento só é realizado para a retirada da madeira? Podemos dizer que o desmatamento também acontece para:

Agricultura – somos os maiores produtores e exportadores de soja do mundo e agora, pretendemos ser os maiores exportadores de álcool.

Pecuária – nosso boi é conhecido como “verde”, porque é criado em grandes pastos e não confinado, como acontece em países que não tem grande espaço para pastagem.

Apesar de constatarmos tantos problemas, há maneiras de melhorar essa situação, como:

Não comprar madeira ilegal (que você não sabe a origem).

Incentivar que o prefeito da sua cidade, aprove leis e normas proibindo o uso de madeira de origem ilegal nas obras públicas. São Paulo tem essa lei, como participa do programa Cidade Amiga da Amazônia.

Comprar móveis e produtos de madeira certificada. Existe o “selo verde”, que atesta se o produto que você está comprando, respeita as leis brasileiras e tem origem ambientalmente sustentável, economicamente viável e socialmente justa.

Fazendo denúncias de caminhões suspeitos com madeira.

Denunciando pessoas que cortam árvores – é crime ambiental.

Plantando árvores.

Conservando áreas verdes, praças e jardins.

Enfim, o que podemos de mais importante fazer é procurar informações, conversar com outras pessoas sobre o assunto, participar de reuniões da associação do seu bairro, para construir sua própria opinião sobre o assunto. Somente exercendo nossa cidadania é que conseguimos nos libertar das idéias de outras pessoas, para formamos a nossa opinião sobre determinada questão e aí sim, nos tornamos livres para agir e lutar pelo que acreditamos, transformando nosso planeta em um espaço mais humano, mais justo e mais solidário.

Se quiserem fazer sugestões de temas, comentários ou outras informações escrevam: rosegottardo@terra.com.brEste endereço de e-mail está protegido contra spambots. Você deve habilitar o JavaScript para visualizá-lo.

Rose Gottardo, mestre em Educação, pós-graduada em Educação Ambiental pela FSP-USP. É coordenadora e professora da pós-graduação em Gestão Ambiental da Universidade Mogi das Cruzes; professora de Gestão Ambiental da FMU; professora de Pós-Graduação do Instituto Nacional de Pós-Graduação, além de coordenar o MBA em Gestão Ambiental; sócia da Economni Consultoria e Projetos.